terça-feira, 9 de abril de 2019

Os caboclos na arte: Inspirados em relatos de caboclos, artistas criam versão das mulheres líderes na Guerra do Contestado

Mulheres e crianças tiveram participação importante na Guerra do Contestado. Uma das  presenças femininas está personificada em Maria Rosa, uma jovem de 15 anos que exercia liderança e atuava em confrontos armados. Aparece montada em seu cavalo branco, estandarte na mão esquerda e arma na mão direita. Está imortalizada na obra de Willy Zumblick. Conforme alguns livros, teria morrido em 1914 lutando contra as tropas do general Setembrino de Carvalho, às margens do Rio Caçador. 
A memória de Maria Rosa – assim como de virgens videntes, líderes caboclas, combatentes e guerreiras – está traduzida ao longo do tempo por diferentes artistas. Com características físicas diversas e até surpreendentes, observa Rita Petrykowski Peixe, doutora em Educação.
Foto: Reprodução / Reprodução

– As percepções pessoais dos artistas que recriam e reelaboram cenas e personagens (principalmente aqueles dos quais há apenas relatos, ainda que breves) são materializadas, comprovando que, no âmbito do universo artístico não há fronteiras que delimitem fato e idealização – diz Rita, autora da tese Imagens que (re) constroem História: Alegoria e Narrativa Visual da Guerra Sertaneja do Contestado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professora e coordenadora de Extensão do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), em Itajaí.
Foto: Reprodução / Reprodução

Na linguagem dos artistas, Maria Rosa do Contestado se apresenta loura ou morena, heroína, santa e mulher. Na obra de Leandro Vitto é representada como de pele morena. E na de Dea Reichmann como uma espécie de ¿cabocla loura¿. Não há padrões estéticos definidos, porém, observa Rita Peixe, uma imagem é sempre re (criada) a partir dos relatos dos que conseguiram sobreviver a um dos conflitos mais sangrentos do Brasil.



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